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Redução do pomo-de-adão (condrolaringoplastia)

  • Foto do escritor: Otávio Vilas Boas Fantin
    Otávio Vilas Boas Fantin
  • 10 de set.
  • 3 min de leitura

Você sente que o pomo-de-adão interfere na forma como você se vê ou é percebida?O pomo-de-adão é uma característica anatomicamente masculina, bastante visível no pescoço. Para pessoas que buscam uma aparência mais suave ou feminina, sua presença pode gerar incômodo estético e disforia de gênero. A cirurgia de redução do pomo-de-adão é uma solução segura e eficaz para suavizar essa área.

O que é a cirurgia de redução do pomo-de-adão?

A condrolaringoplastia — também conhecida informalmente como “raspagem traqueal” — é um procedimento cirúrgico que visa reduzir a proeminência da cartilagem tireoide, que forma o chamado pomo-de-adão.

O nome “raspagem traqueal” é tecnicamente incorreto: a traqueia não é raspada. O procedimento atua exclusivamente sobre a cartilagem tireoide, respeitando completamente as estruturas da respiração e da voz.

Para quem é indicada?

  • Mulheres trans em processo de afirmação de gênero

  • Pessoas não-binárias que buscam um perfil cervical mais suave

  • Homens cis com pomo-de-adão muito proeminente e incômodo estético

  • Pacientes que desejam harmonizar o contorno do pescoço

Importante: o procedimento não altera a voz, pois o pomo-de-adão não participa diretamente da produção vocal.

Como é feita a cirurgia?

  • Anestesia geral

  • Duração média: cerca de 1 hora

  • Incisão discreta na dobra de pele sob o queixo ou sobre o pomo-de-adão, dependendo da anatomia individual

  • Introdução de endoscópio e instrumentos delicados

  • Identificação precisa da inserção das cordas vocais (para evitar lesões)

  • Remoção controlada da cartilagem tireoide em sua porção mais saliente

  • Sutura intradérmica estética com fio absorvível

A cicatriz é planejada para ser o mais discreta possível. Em muitos casos, após a cicatrização completa, mal se percebe que houve cirurgia.

E o pós-operatório?

  • Inchaço e hematomas são comuns e variam entre os pacientes

  • Compressas frias e repouso ajudam a controlar o edema

  • Pode haver leve dor ao engolir nos primeiros dias

  • Analgésicos comuns costumam ser suficientes

  • Evite depilação ou tração na pele ao redor da incisão nas primeiras semanas

  • Os pontos (quando não absorvíveis) são removidos entre 7 e 14 dias

  • A cicatriz pode ficar avermelhada nos primeiros 1 a 3 meses, mas tende a se tornar uma linha fina e clara após 1 ano

Quais os riscos?

Como em qualquer cirurgia, existem riscos. São eles:

  • Contorno irregular ou assimétrico

  • Redução excessiva ou insuficiente da cartilagem

  • Alteração na voz (rara, mas possível se a cirurgia se aproximar demais das cordas vocais)

  • Dormência, sensação de formigamento, dor ao engolir

  • Cicatriz visível ou hipertrófica (incomum com técnicas refinadas)

  • Infecção ou acúmulo de líquido (raro)

A escolha de um cirurgião experiente e o respeito aos cuidados pós-operatórios são essenciais para evitar essas complicações.

O resultado é definitivo?

Sim. A cartilagem tireoide não se regenera após ser removida. Por isso, os resultados são permanentes e devem ser cuidadosamente planejados com base no formato desejado e na anatomia individual.

Curiosidade: Por que se chama “Pomo-de-Adão”?

O termo vem de tradições bíblicas e linguísticas:

  • Segundo a narrativa da "Queda", Adão teria engasgado ao comer o fruto proibido, deixando uma marca simbólica no pescoço dos homens.

  • No hebraico antigo, a palavra para “cartilagem” é a mesma que para “maçã” — e “Adão” significa “homem”.

  • Em latim, o nome anatômico é Prominentia laryngea ou Pomum Adami.

É possível combinar com outros procedimentos?

Sim. Muitas pacientes trans optam por fazer a condrolaringoplastia em conjunto com:

  • Cirurgia de feminização da voz

  • Feminização facial

  • Lipoaspiração cervical ou mentoplastia

Essas combinações devem ser discutidas caso a caso, com segurança e bom planejamento.

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