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Papiloma Respiratório Recorrente (PRR): o que é e como tratar

  • Foto do escritor: Otávio Vilas Boas Fantin
    Otávio Vilas Boas Fantin
  • 10 de set.
  • 3 min de leitura

Você já ouviu falar em papilomatose laríngea? Trata-se de uma condição rara em que pequenas lesões, semelhantes a verrugas, crescem nas pregas vocais e na laringe, afetando diretamente a sua voz. Essa doença é causada pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano) e é chamada de Papiloma Respiratório Recorrente (PRR) porque tende a voltar mesmo após o tratamento.

Como o HPV afeta a voz

O HPV é um vírus bastante comum. Muitas pessoas têm contato com ele ao longo da vida, mas só algumas desenvolvem sintomas na laringe. Os tipos de HPV mais associados ao PRR são os de baixo risco oncogênico, como os tipos 6 e 11, que raramente se transformam em câncer.

Os papilomas crescem sobre as pregas vocais e interferem diretamente na vibração da voz, causando rouquidão persistente. Em alguns casos, há também cansaço ao falar, esforço vocal ou até dificuldade para respirar, se as lesões forem grandes.

Existem dois tipos principais:

  • Forma juvenil: aparece na infância

  • Forma adulta: manifesta-se na vida adulta, geralmente entre os 20 e 40 anos

Sintomas mais comuns

  • Rouquidão que não melhora

  • Voz fraca, trêmula ou soprosa

  • Sensação de corpo estranho na garganta

  • Cansaço ao falar

  • Dificuldade respiratória (em casos mais avançados)

Como é feito o diagnóstico

O PRR nem sempre é fácil de detectar nos estágios iniciais. As lesões podem ser pequenas e exigir instrumentos de alta definição para serem vistas.Em nossa clínica, usamos endoscopia com chip HD e filtros especiais de luz, o que permite observar detalhes da mucosa das pregas vocais com alta precisão. Quando há um padrão vascular típico, já levantamos a suspeita de PRR e iniciamos o protocolo diagnóstico.A confirmação final é feita com biópsia e exame histológico do tecido, que também identifica o tipo de HPV envolvido.

O tratamento é cirúrgico?

Sim. O tratamento mais comum é a remoção das lesões, mas o PRR tem uma característica marcante: pode voltar. Por isso, é importante adotar estratégias que reduzam o risco de recorrência.

As principais opções terapêuticas incluem:

  • Cirurgia com laser fotoangiolítico (KTP ou laser azul): técnica moderna e precisa, que atua seletivamente nos vasos sanguíneos do papiloma, poupando o tecido saudável. Pode ser feita com anestesia local, sem dor, e em regime ambulatorial.

  • Cirurgia convencional com anestesia geral: indicada quando as lesões são maiores ou em áreas mais delicadas.

  • Injeção de agentes virostáticos: medicamentos que ajudam a controlar a atividade viral e reduzir recidivas.

  • Vacinação terapêutica contra o HPV: especialmente útil em casos de múltiplas recorrências.

  • Acompanhamento fonoaudiológico e médico contínuo

Por que o laser KTP é tão eficaz?

Esse tipo de laser é absorvido apenas pelos vasos sanguíneos da lesão, promovendo sua esclerose (secagem) e reduzindo o papiloma sem agredir a mucosa da prega vocal. Isso preserva ao máximo a função vocal e permite tratamentos repetidos, quando necessário, sem prejudicar a estrutura da voz.

O PRR tem cura?

O papiloma pode ser controlado, mas tem alta taxa de recorrência. Muitos pacientes necessitam de várias intervenções ao longo da vida. Por isso, o acompanhamento por uma equipe especializada é essencial.Nosso protocolo combina técnicas cirúrgicas modernas, controle viral e estratégias preventivas. Com isso, conseguimos manter a função vocal em bom nível, reduzir a frequência das cirurgias e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Se você tem rouquidão persistente ou foi diagnosticado com papiloma laríngeo, procure um especialista em voz e laringologia. O diagnóstico e o tratamento precoces fazem toda a diferença.

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